Agronegócio

Venda de adubos bateu recorde no 1º semestre

Venda de adubos bateu recorde no 1º semestre

Por: Viola Show I Fonte: Portal do Agronegócio - Ribeirão Preto - SP

18/07/2014

Apesar da rentabilidade no campo um pouco menor este ano, relações de troca vantajosas em mercados como a soja levaram as vendas de fertilizantes a bateram recorde no país no primeiro semestre deste ano
Conforme dados divulgados ontem pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas das misturadoras aos consumidores finais alcançaram 12,987 milhões de toneladas no período, 6,9% a mais que nos primeiros seis meses de 2013.Somente em junho, as entregas alcançaram 2,692 milhões de toneladas, um crescimento de 2,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. O Estado de Mato Grosso manteve a liderança nas vendas ao longo do primeiro semestre deste ano, com 2,735 milhões de toneladas, seguido pelo Paraná, com 1,728 milhão de toneladas, e São Paulo, com 1,584 milhão, conforme a Anda.O crescimento observado nos primeiros seis meses do ano foi impulsionado por compras visando ao plantio de soja na safra de verão da temporada 2014/15, que começará em meado de setembro. Conforme a Anda, houve aumento de 2,4% nas entregas de fertilizantes fosfatados e de 10,1% no caso dos produtos derivados do potássio. Mesmo as vendas de fertilizantes nitrogenados, menos demandados pelos sojicultores, apresentaram uma expansão de 7,8% na comparação com igual intervalo do ano passado.Segundo representantes do segmento, o aumento da demanda na primeira metade do ano também refletiu boas vendas para as culturas de milho, algodão, trigo e café.De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), até o fim de junho 75% das compras de adubos para a safra de verão 2014/15 no Cerrado (Centro-Oeste e Nordeste) já estavam fechadas, ante 70% em igual período do ano passado.De acordo com Victor Ikeda, pesquisador do Cepea, em algumas regiões de Mato Grosso, como Sorriso e Rondonópolis, cerca de 50% da aquisição de fertilizantes foi realizada para a próxima temporada de verão já no início de janeiro, ante 40% no mesmo intervalo de 2013. Ikeda lembra que, em janeiro e fevereiro, houve um aumento nos preços internacionais dos fertilizantes. As cotações recuaram em abril e maio e voltaram a aumentar a partir de junho.No primeiro semestre, a média dos preços internacionais da ureia foi 11,4% menor que entre janeiro e junho do ano passado, afirma João Santucci, analista da INTL FCStone. Na comparação, os preços do MAP (fosfato monoamônico) recuaram 5,2% e os do cloreto de potássio, 23,7%, em média.Agora, a perspectiva é de alta nos preços dos fertilizantes derivados do potássio e do fosfato. Já por conta dessa tendência e da queda das cotações dos grãos, as relações de troca entre fertilizantes e produtos agrícolas em geral pioraram um pouco para os produtores rurais no mês passado.Conforme o Cepea, em junho eram necessárias 20 sacas de soja no Cerrado (Centro-Oeste e Nordeste) para a aquisição de uma tonelada de cloreto de potássio (KCl), ante 19 sacas em maio. Porém, na comparação com o mesmo mês de 2013, quando eram necessárias de 24 a 25 sacas para a compra do produto, a relação ficou mais favorável em junho.Enquanto a demanda interna cresceu consideravelmente, a produção nacional de fertilizantes no primeiro semestre caiu 10,2% em relação a igual intervalo de 2013, para 4,157 milhões de toneladas.Nesse contexto, as importações cresceram e também bateram recorde nos primeiros seis meses de 2014. No intervalo, as compras do exterior cresceram 11,9%, para 10,842 milhões de toneladas, de acordo com a Anda. Somente em junho, até por causa do forte ritmo de antecipações, as importações caíram 6,3% sobre o mesmo mês de 2013, para 1,951 milhão de toneladas.O diretor-executivo da Anda, David Roquetti Filho, disse ao Valor que em 2014 deverá ser batido um novo recorde para as vendas internas do segmento. Em 2013, o desempenho já tinha sido histórico, com entregas ao consumidor final de 31,1 milhões de toneladas, aumento de 5,23% sobre o ano anterior. A INTL FCStone estima comercialização entre 31,14 e 34,04 milhões de toneladas em 2014.Já Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos (Ama-Brasil), afirma que a tendência é de desaceleração do crescimento das vendas no segundo semestre, diante da antecipação registrada na primeira metade do ano. "Pode ser que se repita o que se entregou [de adubos] no ano passado".

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