Memorial do Peão mostra como tudo começou

Quem foi o primeiro peão a vencer um rodeio em Barretos? Como eram os objetos usados por quem morou em fazendas, na época dos nossos avôs? Qual era o aspecto das primeiras festas do peão? Quais foram as rainhas que ajudaram a divulgar o evento por meio de sua graça e beleza? Essas e outras perguntas podem ser respondidas por meio de uma visita ao Memorial do Peão Adib Abud. Olocal reúne, em 1.493m2, a história de Os Independentes, da Festa do Peão de Barretos e do próprio rodeio no Brasil.

Inaugurado em outubro de 2005, o memorial foi construído em um local estratégico: após a entrada principal de acesso ao Parque do Peão e à direita do Monumento ao Peão. Porém, não é somente durante os 11 dias da Festa que o local é visitado. Durante o ano todo, o local fica aberto ao público, de terça a domingo, das 9h às 17h30. Durante a Festa, o horário é estendido até às 19h.

Durante os onze dias da Festa do Peão de 2012, 5.347 pessoas passaram pelo memorial. Porém, a visitação durante todo o ano também é constante. “No último domingo de julho, mês das férias, por exemplo, chegamos a receber 300 pessoas. Em junho, foram 1.372 visitantes”, conta Ângela Ortiz, coordenadora do memorial. Ao lado de uma museóloga, a coordenadora ajudou a organizar todo o acervo do local.

Segundo Ângela, os interesses dos visitantes vão de acordo com a faixa etária. As crianças gostam de ver o monumento do touro Bandido, considerado o maior touro de rodeio brasileiro e conhecido internacionalmente por derrubar rapidamente os peões que tentaram montá-lo. A estátua é uma réplica 20% maior do mais emblemático animal de rodeio do país. O monumento é assinado pelo artista Juvenal Irene e possui traços e expressões idênticos aos do animal.

Bandido, que pertencia à Cia de Rodeio Paulo Emílio, morreu em janeiro de 2009 e está enterrado no Parque do Peão, no jardim do memorial.“Já os adultos se deliciam com objetos que fazem referência à vida nafazenda”, diz Ângela, que ressalta a importância da criação do memorial. “A história permanece viva na memória dos apaixonados por rodeio ou daqueles que simplesmente querem conhecer a origem caipira. Sem esse acervo, os fatos ficam apenas na conversa; ninguém visualiza e a história se perde”, afirma acoordenadora.

O acervo inclui ainda imagem de Nossa Senhora que foi abençoada pelo papa Bento 16, em 2007, durante visita em Guaratinguetá; há também galeria de fotos dos peões e de rainhas, informações sobre a fundação de Os Independentes; objetos da queima do alho, fotos da transição da festa do recinto para o Parque do Peão, entre outros.

“Explicamos como funciona uma comitiva, o que é queima do alho e exibimos um DVD sobre a história da montaria ou do touro Bandido. É uma apresentação dinâmica e didática”, explica Ângela.

Ângela enfatiza também a cultura atrelada à história do sertanejo. Afinal, cartazes de artistas plásticos importantes como Ziraldo, Aldemir Martins e Romero Britto, estão entre os itens expostos no memorial.