Inezita, documentário sobre a dama da música de raiz, tem pré-estreia nacional no Itaú Cultural
Um mês antes de sua estreia no circuito comercial do país, Inezita é exibido no instituto com entrada gratuita, como todas as atividades da instituição. Resultado de uma parceria entre a TV Cultura e o Itaú Cultural, o filme dirigido por Helio Goldsztej
Por: Viola Show I Fonte: Cultura - Ribeirão Preto - SP
21/02/2019
O Itaú Cultural dá início à programação de cinema
às terças-feiras, neste ano, com a pré-estreia do documentário Inezita, realizado em 2018 pela equipe
da TV Cultura, em parceria com o instituto, sob a direção do jornalista e
diretor do Metrópolis, Helio
Goldsztejn, e roteiro de Fabio Brandi Torres. O filme homenageia a dama da
música de raiz, Ignez Magdalena
Aranha de Lima, Inezita Barroso (1925-2015), e será exibido na Sala Itaú Cultural,
no dia 26, às 19h. Um mês depois, dia 28 de março, entra em cartaz na
rede do Espaço Itaú de Cinema, em São Paulo, Brasília, Curitiba, Porto Alegre,
Salvador e Rio de Janeiro, além de outras redes de cinemas.
A parceria entre a TV Cultura e o Itaú Cultural foi iniciada na
sequência da Ocupação Inezita, realizada pelo instituto em 2017,
e teve
a sua primeira e, até agora, única exibição na 42ª Mostra Internacional de
Cinema em São Paulo (MIC). O filme apresenta a história desta cantora, que
desafiou família, preconceitos, a própria época em que começou a carreira e até
o universo de um gênero musical. Inezita venceu várias batalhas ao longo da
vida. Sempre carregou a bandeira da preservação da música de raiz e abriu
caminho para que outras mulheres também pudessem cantar e tocar viola. Se hoje
a presença feminina é cada vez maior na música caipira, muito deste mérito se
deve a ela.
Ela somou mais de 60 anos de carreira, quase
35 deles à frente do Viola, Minha Viola,
programa que se tornou espaço único de defesa da música caipira. Como
apresentadora, Inezita comprou várias brigas por admitir apenas a presença de
artistas que procuravam manter a tradição do gênero musical que abraçou. Não
admitia, por exemplo, baterias e teclados no palco da atração.
À sua jornada na televisão e às apresentações musicais como cantora, Inezita
Barroso somou outras atividades: foi atriz de cinema - tendo ganhado o Prêmio
Saci de Melhor Atriz de 1955, dirigida por Alberto Cavalcanti -, pesquisadora,
folclorista, radialista e professora universitária. Poucos sabem, mas em sua
trajetória de cantoria, ela não foi motivada somente pela música caipira, mas
também pelo samba. Para Paulo Vanzolini, foi a melhor intérprete do gênero no
país.
Participaram do documentário com depoimentos sobre Inezita
as atrizes Ruth de Souza, Nicette Bruno e Eva Wilma, o ator Ary Toledo, o
violeiro Paulo Freire, que foi o curador da Ocupação Inezita Barroso,
o musicólogo e jornalista Zuza Homem de Mello, o jornalista José
Hamilton Ribeiro e os cantores Mary e Marilene Galvão, Renato Teixeira e Roberta Miranda.
Sobre Helio Goldsztejn
Jornalista, formou-se na Faculdade Cásper
Líbero em 1973. Trabalhou como repórter na televisão e, desde 1993, dirige o
programa Metrópolis, da TV Cultura.
Estreou na direção de documentários com Theatro Municipal - 100 Anos de Arte
(2011). Também comandou filmes documentais para o cinema e a televisão, como Tomie
Ohtake (2015) e Lygia, Uma Escritora Brasileira
(2017).
Sobre o
Itaú Cultural
O Itaú Cultural é um instituto voltado
para a pesquisa e a produção de conteúdo e para o mapeamento, o incentivo e a
difusão de manifestações artístico-intelectuais. Dessa maneira, contribui para
a valorização da cultura de uma sociedade tão complexa e heterogênea como a
brasileira.
Ao considerar a cultura uma ferramenta essencial à construção da
identidade do país e um meio eficaz na promoção da cidadania, desde 1987,
quando foi aberto, o instituto busca democratizar e promover a participação
social. Programas como o edital Rumos, de fomento à produção cultural,
reafirmam a sua missão e o seu propósito e o colocam entre os mais importantes
institutos culturais do país.
A instituição tem como missão inspirar e ser inspirado pela
sensibilidade e pela criatividade das pessoas para gerar experiências
transformadoras no mundo da arte e da cultura brasileiras. Inspirar o poder
criativo para a transformação das pessoas, é o seu propósito que se baseia em
sete princípios básicos: estimular a participação cultural e artística das
pessoas, democratizar o acesso à arte e à cultura, reconhecer e apoiar a
constituição de memória da arte e da cultura brasileiras, fomentar
manifestações culturais e artísticas, incentivar a experimentação e novas
possibilidades artísticas, apoiar artistas e pesquisadores das diversas
linguagens e articular políticas de interesse público a partir dos direitos
culturais.
Sobre a TV Cultura
Atual, atrativa, crítica e democrática, a TV Cultura é um modelo de
emissora pública brasileira. Com programação reconhecida e voltada a diversos
públicos e faixas etárias, destaca-se no cenário nacional pelo conteúdo,
dedicado ao desenvolvimento do cidadão. Próxima de completar 50 anos, a
emissora soma mais de 400 prêmios nacionais e internacionais, incluindo quatro
Emmy Awards e mais de 10 troféus Prix Jeunesse. Além disso, é tida como a
segunda melhor emissora do mundo em qualidade de programação, de acordo com
pesquisa encomendada pela BBC. Entre outros destaques, é lembrada por público e
crítica por suas produções musicais, infantis, culturais e jornalísticas.
Ficha Técnica de Inezita:
Realização: TV CULTURA
Direção: Helio Goldsztejn
Roteiro: Fabio Brandi Torres
Produção Executiva: Eneida Barbosa
Edição e Finalização: Solano Marreiros
Sonoplastia: José Antonio Lippo
Imagens: José Elias da Silva
Duração: 85 minutos
Ressaltando que em 2017 Matheus Calil e Viola Show ganharam o prêmio Inezita Barroso (Cultura Caipira de Raiz)
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