Esportes

Fotógrafos 'encaram' touros por boas imagens na festa de Americana, SP

Para André Silva essa é a maneira de seguir de perto as montarias. Ele se diz um 'peão frustrado' diz que é importante conhecer o animal.

Por: Daniela Esteves || Fonte: G1 - Ribeirão Preto - SP

24/06/2013

Além do olhar treinado e de uma boa lente, os fotógrafos de rodeio precisam de condicionamento físico e capacidade de tomar decisões rápidas, para encarar a arena e, muitas vezes, ser a pessoa que olha o animal mais de perto - e em desvantagem.

André Silva, de 32 anos, fotografa rodeios há 12 anos e registrou boa parte das imagens desta Festa do Peão de Americana deitado na areia. “A visão através da lente pode fazer a gente perder um pouco a referência de distâncias, então é preciso ter atenção em dobro para reagir rapidamente quando você percebe que pode estar em perigo”,conta.

'Peão frustrado'Para ele, que se diz um “peão frustrado”, fazer as imagens nessas situações é uma forma de recuperar a adrenalina e seguir de perto um “esporte apaixonante”.  Além de ter o equipamento que permita boas fotos mesmo à distância, Silva diz que é importante também conhecer o animal.

“Cada boi tem uma personalidade, um jeito mais comum de agir, e quando você acompanha vários momentos perto deles, consegue antecipar quando ou como cada um vai pular, e em 90% dos casos a gente acerta.”AcidentesDepois de sofrer quatro acidentes mais sérios, Silva começou a também fazer alongamentos antes de cada trabalho. “Não é um trabalho só de olhar”, afirma. Os acidentes menores são, segundo ele, um pouco inevitáveis, mas a experiência ajuda e diminuir a frequência.

Almer Almeida, de 53 anos, começou a fotografar rodeios em 1980, quando isso ainda não era feito por ninguém, segundo ele. “Hoje a profissão já avançou muito, mas ainda é preciso ter dom e querer aprender”, afirma. “Às vezes é preciso lidar com o impulso de sair correndo e ter a frieza de esperar o touro chegar mais perto para escapar na hora certa. Sempre tentei passar isso aos novos fotógrafos”, lembra.  

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