Competidor do Acre busca no rodeio realizar sonho que o pai não conseguiu
Competidor do Acre busca no rodeio realizar sonho que o pai não conseguiu
Por: Eugênio José - Ribeirão Preto - SP
27/04/2021
Hoje Alisson
Aguiar trabalha em uma grande companhia de rodeio, e espera a pandemia passar
para buscar seu último passo da carreira profissional.
O sonho de
competidor ás vezes é interrompido por diversos motivos: Falta de talento,
falta de sorte, falta de recursos, distância, e muitas vezes falta de apoio da
família.
Mesmo
interrompido, o sonho, pode se manter vivo e ser transferido para o filho, ou para
os filhos. Naquela frase tradicional: "de geração para geração".
O apoio dos
pais, veio de uma extensão de um sonho "não realizado" pelo pai Alisson Aguiar,
de Rio Branco no Acre, competidor da modalidade touros.
Seguir adiante,
ir muito longe como competidor. Alisson não é o único da família que tenta este
sonho, são em três, mas hoje vamos falar de Alisson.
Filhos de
competidor, Alex, Alisson e o Anderson Aguiar, tiveram o apoio do pai Valdecir
Lima Aguiar, lá longe, muito distante, em Rio Branco no Acre. Geograficamente
uma região muito distante do centro do rodeio no Brasil.
O Sr. Valdecir
pais dos garotos sempre os incentivou a competir, desde pequeno colocando um ou
outro em cima de um bezerro, no tempo que ainda percorria, os eventos de montaria
no Acre e na Rondônia.
"A gente não
levava muito a sério, porém, um dia, meu pai teve que parar de montar, para nos
sustentar, ali então sabíamos que o sonho pessoal dele estava interrompido,
porém o sonho do meu pai continuava com a vontade de que um de nós pudesse ser
competidor" Explica Alisson, filho do meio "Desde então passamos a nos dedicar
mais, o interesse, e seguir meu plano, meu sonho, que tinha quatro passos:
Fazer meu nome no Acre, na sequência no estado de Rondônia, depois tentar São
Paulo, e quem sabe um dia nos EUA."
Alisson de
Souza, começou a batalha em busca de um sonho e tinha como primeiro passo,
buscar um lugar ao sol no Acre e os resultados vieram, como campeão em Sena
Madureira, onde conquistou uma moto, Tarauacá entre outros resultados, o nome
no Acre, já estava feito, precisava tentar o segundo passo. Chegar até a
Rondônia, onde os rodeios são maiores e a vitrine para o cenário nacional é
melhor.
E quando se
fala em Rondônia, Ariquemes é o lugar a se chegar e não só chegar, passar pelo
evento regional da primeira semana e se juntar aos convidados nacionais e sim,
ter a oportunidade de ser visto e dali em diante tentar um lugar ao sol.
Alisson não decepcionou,
e garantiu pódio e vaga, para o rodeio principal em 2018, e ali ele
praticamente completava o segundo ciclo: Ter seu nome conhecido na Rondônia,
agora ele precisava de um passo, muito maior, chegar até São Paulo.
"A Cia de
Rodeio Califórnia comprou alguns touros no Expoari Ariquemes, em 2019, e um
amigo ia trazer os animais, e vi ali uma oportunidade e pensei que seria a
oportunidade de montar em uns rodeios em São Paulo, tive o apoio do meu pais,
minha mãe não acreditou muito, porém, vi que era minha oportunidade, não podia
pede-la" Explica "Meu pai ficou feliz, mesmo sabendo das dificuldades, era um
sonho dele que ele interrompeu para nos sustentar, então não faço sempre as
coisas por mim, mas faço pensando neles e vim para a Cia Califórnia e ali
comecei outro passo"
Alisson foi
morar e trabalhar em uma das maiores companhias de rodeio no Brasil, a Cia de
Rodeio Califórnia. A ali, ele via a boiada principal, ir para os maiores
rodeios do Brasil, Colorado, Rio Verde, Barretos, entre tantos outros que
faziam parte do seu sonho pessoal.
"Quando cheguei
aqui, as coisas foram mais difíceis, no Acre eu entrava em quase todas as
finais, aqui a dificuldade é maior, touros mais difíceis, não entrava nas
finais e, muitos me disseram, para eu voltar que lá eu conseguiria me dar
melhor, mas eu não desisiti" Explica Alisson "Eu via os touros saindo para os
grandes rodeios, e sonhava estar lá, porém, tinha que continuar meu processo,
de ir subindo e fazendo meu nome, aos poucos fui chegando na ACR - Associação
dos Campeões de Rodeio, montando em alguns eventos, sendo finalista, o
Chiquinho, dono da Cia, sempre me ajudou indicando para montar nos rodeios
melhores, em resumo, não desisti, se eu estivesse voltado para o Acre, não
teria tido o reconhecimento que tive aqui, as dificuldades são grandes, sempre
serão, mas não podemos desistir"
Alisson, veio
para São Paulo e começou sua luta, seu lugar ao no sudeste brasileiros, logo
venceu Ilicínea, em Minas Gerais, evento da ACF do Brasil, etapa da Liga
Nacional de Rodeio, ganhando uma vaga para a maior festa do Brasil, Barretos,
foi campeão em Garça, São Paulo, conquistou bons resultados em eventos como
Juína (MT), Sertãozinho (SP), e venceu em dezembro de 2020, a disputada LIVE do
Bem em Taquarituba (SP), com a presença dos melhores competidores do Brasil,
até os que competem no campeonato mundial.
"Hoje olho para
trás, e vejo o longo caminho percorrido, ganhei três motos, dezenas de títulos,
sou reconhecido no meu estado, na Rondônia, venho ganhando respeito no sudeste
em especial no estado de São Paulo" Explica Alisson "Olho para frente e vejo
que o caminho a percorrer ainda é maior, há muitos rodeios, a se chegar, a se
conquistar, e além desse Brasil, há um quarto passo, que penso que uma hora vou
ter que dar, que é os EUA, onde as coisas de fato acontecem na vida de um
competidor, onde é último degrau do sonho de cada um e um dia eu pretendo
chegar, e sempre vou me lembrar que, meu pai largou de ser peão para nos
sustentar e não há incentivo maior que esse para eu poder chegar onde eu tiver
que chegar"
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