Mineiro que se inspira em Luciano de Castro, conta sobre as oportunidades interrompidas pela pandemia
Mineiro que se inspira em Luciano de Castro, conta sobre as oportunidades interrompidas pela pandemia
Por: Eugênio José - Ribeirão Preto - SP
08/07/2021
Todo competidor
tem uma história, não importa quantos títulos, quantos países ou quantas
cidades ele percorreu ou, quantos títulos ele ganhou ou deixou de ganhar.
Muitas
histórias, contam as conquistas, a realização, parcial ou completa de uma
carreira. Hoje, um pouco diferente vamos conhecer a história de Guilherme
Oliveira Pinheiro, 21 anos, de Congonhal (MG). Ele está na fase do sonho, das
primeiras conquistas, em busca de oportunidades. Oportunidades essa que a
pandemia o impediram de continuar a tentar, a vencer e conquistar o que ele
almeja.
Aos doze anos
de idade, Guilherme andava com um amigo que gostava de rodeio, porém, Guilherme
não simpatizava com o esporte.
Até que um dia,
entre as brincadeiras corriqueiras de sítio, montar em bezerros, Guilherme
resolveu participar.
"Eu comecei a
gosta daquilo, era divertido demais" lembra sobre montar nos bezerros.
"Porém, logo me machuquei, e peguei medo, largando a brincadeira de lado"
Aos dezesseis
anos de idade, conheceu os irmãos Moraes, lá da cidade deles em Congonhal, eles
montavam e tudo voltou á tona
"Aos dezessete
anos eu já estava montando no rodeio Júnior de Barretos" Lembra "Eu não
imaginava sair de perto da minha casa, chegando lá, vi tudo aquilo, sabe, meu
sonho só aumentou"
"Acabei não
indo bem no rodeio júnior, porém, fiquei lá assistindo, vi o Ederson de
Oliveira, vencendo o rodeio, foi uma experiência que só me fez acreditar mais o
que eu queria que era ser peão de rodeio" Explica
Sendo assim,
Guilherme voltou para Minas Gerais e mergulhou no seu treinamento, aos dezoito
anos veio a tão sonhada oportunidade de montar em um rodeio profissional.
"Minha primeira
vez, foi em um rodeio de nossa região, Conceição dos Ouros (MG), eu cheguei
meio perdido era uma experiência muito importante para mim" Lembra "Eu fui
vencendo meus touros, vencei os quatro touros das Cias Dito da Farmácia e Neto
Marca 50 e fiquei em segundo lugar, por um ponto perdi a moto que era dada ao
campeão daquele rodeio"
Guilherme, além
do dinheiro, muito importante para ajudar em suas despesas e sua família,
ganhou também a confiança, porém, a vida é feita de desafios
"Depois dali
ganhei convite para montar em Paraisópolis, rodeio de um carro. Montei em um
caça talentos do Arnaldo Gomes, faltou um ponto para entrar, fui finalista em
Bom repouso e por fim fiquei em quinto lugar na disputa dos filhos da Terra, na
minha cidade"
SONHO
"Quando comecei
a montar queira montar na região, montava porque gostava, o sonho foi
aumentando" Explica "Não tive muitas oportunidades, sempre treinei muito, por
outro lado, acho que faltou ter 'ido atrás' um pouco mais"
"Não sou um
competidor com uma história de grandes conquistas, mas sou um competidor com
vontade de realizar meus sonhos, conquistar meu espaço" Disse "Não tinha
dinheiro para ir para longe, tinha que fazer o que podia aqui por perto"
"Tenho o mesmo
sonho de todos, montar e ganhar grandes rodeios, montar em Barretos, montar no
Estados Unidos, todo tem esse sonho" Explica "Os caras que ganharam os títulos
mundiais, um dia eles tiveram esse sonho e, se não for para sonhar assim, a
gente tem que desistir"
"Pensar em
parar? Pensei muitas vezes, por falta de condições, de oportunidade, porém, tem
algo mágico que acontece com a gente quando montamos em touros: Ficamos
viciados nisso" Confessa "É uma sensação indescritível, é um amor sem
explicação"
A vida de Guilherme
é marcada pela luta dura, como de muitos brasileiros.
"Eu trabalho na
roça para sobreviver, faço coloca para montarias, para sobreviver e ajudar
minha mãe" Fala sobre sua realidade "Meu separou da minha mãe aos dez anos de
idade, desde então eu ajudo ela em casa, tenho mais dois irmãos, então a vida
da gente é assim, dura, tanto que no começo quando me machuquei, minha mãe não
quis deixar eu montar, mas depois ela entendeu"
"Uma época
fiquei sem montar, não tinha celular, e pagava a hora na lan house, e ficava
assistindo rodeio, vendo Luciano de Castro montar, gosto de mais do estilo
dele, me inspiro nele" Finaliza "Não sou um cara arrependido, não posso dizer
que desperdicei oportunidade, porque eu ainda eu não as tive, mas, com fé em
Deus quando essa pandemia passar, vou fazer realizar meus sonhos"
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