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Produtor de botas vira 'queridinho' de Gusttavo Lima e mais sertanejos

Produtor de botas vira 'queridinho' de Gusttavo Lima e mais sertanejos

Por: Viola Show | Fonte: UOL - Ribeirão Preto - SP

06/01/2014

Ao mesmo tempo em que cantores como Gusttavo Lima, Munhoz e Mariano e Fernando e Sorocaba ganhavam destaque com os fãs, o empresário Odirlei Martins, 32, de Campo Grande (MS), viu no mercado sertanejo uma oportunidade de negócio.Ele abriu, em 2008, a Odirlei Botas, empresa especializada na fabricação de botas para o público sertanejo e para caubóis. Ele investiu R$ 11 mil na compra de matéria-prima e na terceirização da produção, segundo o empresário.Hoje, toda a linha é de confecção própria e a empresa tem sete funcionários. Por mês, o negócio fatura R$ 70 mil. O preço das botas varia de R$ 700 (couro de avestruz a R$ 4.500 (couro de cobra).Martins, que é amigo da dupla Munhoz e Mariano (famosos pela música "Camaro Amarelo"), passou a produzir botas para os cantores ainda antes da fama."Não tinha experiência com a confecção de calçados, mas os dois me deram várias dicas e me ajudaram a fazer um produto atraente para o público que gosta de sertanejo", afirma.Com a ascensão da dupla, os dois cantores começaram a trazer outros clientes do mundo sertanejo para a empresa de Martins, entre eles Gusttavo Lima e Sorocaba, da dupla Fernando e Sorocaba.Em 2011, após lançar uma coleção para o cantor Gusttavo Lima, as vendas dispararam. A empresa, que produzia entre 30 e 35 pares de botas por mês, passou a confeccionar 150 no mesmo período."É comum os cantores me ligarem pedindo dez pares de uma vez. Eles fazem muitos shows e, por isso, precisam ter opções de figurino", diz o empresário.
Botas têm couro de arraia, avestruz e elefanteMartins utiliza couros exóticos como de arraia e avestruz na confecção de suas botas. Também há opções com peles de elefante, jacaré e pirarucu (peixe típico da região amazônica).O empresário afirma que tanto ele quanto seus fornecedores têm autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para comercializar a pele dos animais."O animal não é abatido apenas para fazer uma bota. Os criadores têm licença para comercializar a carne e a pele com controle de abate", declara.Defensores de animais condenam uso do couroPara a presidente da Anda (Agência de Notícias de Direitos Animais), Silvana Andrade, o processo de extração de pele de um animal é cruel e desnecessário."Temos produtos substitutivos ao couro e à pele do animal. São opções bonitas e de fácil manutenção que poderiam evitar a crueldade", diz.Andrade defende que, mesmo quando se fala em abate humanitário –processo que visa garantir o bem-estar dos animais desde a criação até o abate–, ao extrair a pele de um animal predomina a crueldade contra ele."Não há método que amenize a maldade que é criar um animal para abatê-lo. Mesmo quando se cuida bem dele estão visando que sua carne fique mais saborosa ou sua pele mais macia. Isso é muito cruel", declara.Andrade diz que muitos estilistas famosos como Stella McCartney, filha do ex-Beatle Paul McCartney, criam peças sem o uso de nenhuma pele ou derivado animal. Marcas como Reebok e Puma já criaram linhas com couro sintético."Vai chegar um dia em que usar couro será cafona. É possível ficar bonita e ter a ética de saber que sua roupa ou calçado não exigiu o sacrifício de nenhum animal."Artistas alavancam vendas, mas produto precisa ter qualidadeQuanto ao marketing da Odirlei Botas, o analista técnico do Sebrae-MS (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul) Joacir Pitaluga, diz que utilizar artistas na divulgação da marca é uma estratégia que traz resultados positivos."As pessoas querem se parecer com os seus ídolos, ter o mesmo estilo que eles, vestir as mesmas roupas e ter o mesmo penteado", afirma.No entanto, segundo o analista, uma pessoa famosa só aparecerá em público com um produto se ele tiver qualidade. "Um artista não vai arriscar ligar o nome dele a um produto feio ou de baixa qualidade."Para que um produto chegue ao conhecimento de um artista, Pitaluga recomenda que o empreendedor faça uso das redes sociais e procure produtores ou empresários desse famoso para apresentar a marca."Quando um cantor fizer um show na cidade do empreendedor ou um ator estiver com uma apresentação por lá, uma ideia é pedir para que o produto seja entregue no camarim deles com os contatos da empresa", declara.

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