Aos 30 anos, Aline Lima se lança como cantora e avisa: "Difícil me comparar com a Sandy"
Filha de Chitãozinho contou a QUEM que nunca desejou a fama dos primos Sandy e Junior e leva numa boa as comparações: "Não me comparo com eles e não me coloco no mesmo nível. Não sou louca"
Por: Viola Show | Fonte: Revista Quem - Ribeirão Preto - SP
01/06/2014
Ela cresceu ao lado de grandes astros da música sertaneja. Primeiro, o pai e o tio,Chitãozinho e Xororó, e depois os primos, Sandy e Junior. Naquela época, quando ainda era uma criança, Aline Lima chegou a pensar em ser cantora, mas deu preferência para uma infância "normal" e calma. "Eu gostava de ter a minha vida", conta durante entrevista a QUEM.Sem restrições e sempre com um sorriso no rosto, Aline não se intimida com as perguntas e até impressiona por entender exatamente as suas limitações como artista e, claro, os benefícios por ser filha de quem é. Aos 30 anos, ela, que competia em provas de três tambores em rodeios, decidiu largar tudo para seguir a carreira artística e se diz preparada para o mais óbvio: as comparações. "Vou encarar como uma novata. Não me comparo com eles e não me coloco no mesmo nível. Não sou louca."O resultado de sua coragem é o single Papo Furado, um sertanejo animado com letra leve e sem muito significado, que fala de situações inoportunas em baladas. Algo que ela mesmo denomina como uma brincadeira. A faixa, composta por seu namorado, Zeca Junior, não tem a ver com o som da família. "Escolhi uma mais fácil e mais de brincadeira justamente nessa questão de comparação. Fica mais difícil me comparar com a Sandy", explica.Antes de se aventurar pela Avenida Paulista para um ensaio fotográfico, Aline bateu um papo com QUEM e falou sobre sua decisão, infância com Sandy e Junior, expectativas e o conselho que ouviu da prima. Confira:QUEM: Quando foi que tomou a decisão de virar cantora?
Aline Lima: No ano passado tomei essa decisão e pensei: vou sentar com a minha família e falar que é isso mesmo. Então, comecei a me preparar psicologicamente para o mercado. Porque uma coisa é você falar dentro de casa que quer fazer, mostrar para os amigos e ter a aprovação interna, outra é ter aprovação do Brasil inteiro e da mídia, principalmente, que, no meu caso, é até mais complicado do que o próprio público.QUEM: A partir disso, como foi esse processo até o lançamento de Papo Furado?
AL: A minha ideia era lançar no final do ano para pegarmos o Carnaval, mas como as coisas atrasaram e, mesmo passando a época, decidi por essa mesmo. Não quis lançar uma canção para demonstrar potencial profissional porque sou nova nisso. Escolhi uma música mais fácil e mais de brincadeira para justamente afastar essa questão de comparação. Não tem a ver. Então fica mais difícil me comparar com a Sandy, no caso, ou até com meu pai. Não é uma música que um dos dois gravariam.QUEM: Mas é algo que você cantaria?
AL: Apesar de ser uma brincadeira, me identifico muito com a letra da musica. Acho que isso é o principal. Como tive uma aprovação dentro de casa, pensei: vai ser essa mesmo. O que vai dizer se estou certo é o que vem depois disso. O CD, as outras músicas, os outros clipes e tudo mais. Aí vamos fazer uma coisa mais séria, mais centralizada. Porque eu ainda não sei para onde estou indo.QUEM: Você está se encontrando na sua carreira...
AL: É! Ainda estou me descobrindo. Quero dar um passo de cada vez. Sei que vou errar. Talvez, até tenha errado, mas não sei. Prefiro fazer isso devagar para me descobrir. Quero saber quais são as minhas qualidades musicais, quais são os defeitos. Isso só vem com a experiência. Como eu não tive essa experiência antes, vou ter que saber a ferro e fogo.QUEM: Qual a sua expectativa? A pressão pode ser muito forte para quem vem de uma família renomada no mundo da música.
AL: A parte mais difícil foi mostrar para o meu pai. Mas, a partir do momento que coloquei na minha cabeça que eu não sou igual a eles, porque eles começaram quando crianças, eu parei de me pressionar tanto. Eu estou começando. Então tenho os melhores professores dentro de casa para me darem as melhores dicas.QUEM: Como você vai encarar a carreira?
AL: Vou encarar como uma novata. Como estou começando do zero, preciso de ajuda. Não me comparo com eles e não me coloco no mesmo patamar ou nível. Não sou louca. Então, se Deus quiser, um dia vou chegar lá e vai ter o momento de cantarmos juntos. Não falo só do pai, mas sim da família, mas ainda não é a hora. Eu quero me profissionalizar mais, quero merecer isso. Porque eu realmente me vejo como uma iniciante. Com alguns benefícios da família, é claro, e de contatos que às vezes ajudam, mas tem o outro lado que atrapalha. Pode até cortar alguns, mas se o resto não funcionar, não adianta nada você tê-los.QUEM: E você vai lançar um EP, é isso?
AL: A princípio, quatro músicas. Pode ser que mude. Temos duas prontas e mais duas em produção e são todas diferentes do que eu já lancei. A ideia é ter uma de cada estilo. Uma romântica, outra mais para o country, porque o country é muito mais a minha influencia, apesar de não funcionar no Brasil. Mas esses elementos do country estão presentes desde a minha roupa aos instrumentos. Quero que fique presente porque cresci ouvindo isso. Apesar de estar fazendo sertanejo, foi no country que eu me achei.QUEM: Então você já tem ideia da imagem que você quer passar..
AL: É engraçado porque quando venho dar entrevistas e as pessoas dizem: eu quero um look bem seu. Então, está fácil pra mim porque eu cresci nesse meio. Não estou inventando. É claro que não uso chapéu todos os dias ou vou de chapéu ao cinema. Mas é a minha verdade. Se eu quisesse ser uma coisa mais pop, talvez, daí seria um risco. Mas como eu já tenho meu estilo, para mim ficou mais fácil. QUEM: Não havia outra opção de estilos para você?
AL: Sempre foi isso. Não me vejo em outro meio. Foi mais difícil na hora de fazer música. Meu namorado que é compositor era da banda de rock do meu irmão. Eu falava pra ele: você tem que aprender a escrever música que combine com sertanejo. Uma coisa mais simples, uma linguagem mais popular. Nós usamos músicas de outros compositores, mas pego bastante no pé dele para vestir essa camisa. É diferente, mas como o Zeca é músico e é um desafio, ele está adorando. Estamos nos descobrindo juntos.QUEM: Como você acha que vai lidar com as críticas?
AL: As comparações eu já me preparei. As criticas são novidades. Apesar de ter me preparado principalmente quando eu escolhi essa música. As pessoas ficam "ela é filha do Chitão, precisava ter feito outra coisa". Acho que as pessoas esperavam um pouco mais de conteúdo ao invés de uma brincadeira. Muita gente ficou um pouco revoltada com isso. Li algumas críticas e quando são construtivas acho muito bom. Tento pegar algo daquilo. Agora tem algumas pessoas que nem sabem o que estão falando. Essas, eu leio e dou risada.QUEM: E as comparações com a Sandy?
AL: Acho que faz parte. Ela é uma pessoa muito querida no Brasil inteiro. A minha sorte é que as comparações são com pessoas boas. Isso não me atrapalha, muito pelo contrário, tenho orgulho de ser ligada ao nome deles. Fico muito feliz. Mas cada uma no seu estilo. Acho que só o tempo vai mostrar. Tem gente que acha a minha voz parecida com a dela, mas eu não consigo achar. As pessoas já querem comparar só por saber que somos da mesma família. Se for, espero que tenha o mesmo sucesso (risos); Tem um peso, às vezes fica chato, porque todo mundo quer saber e daí começa a entrar para a vida pessoal dela e não tenho o que falar. Não tenho como falar. Mas quando é relacionado a mim, daí tudo bem.QUEM: Não absorve essa coisa negativa?
AL: Não. Tento tirar o positivo de tudo. Se a minha música tivesse sido reprovada por todo mundo, o que não foi o caso, eu teria falado: não. Calma aí. Ficou claro que ninguém quer mais isso. Mas não é bem assim. Temos que agradar um pouco de cada. Nunca vamos conseguir agradar a todos.QUEM: E como foi quando você mostrou a música para o Chitãozinho?
AL: Ele ficou muito surpreso. Acho que ele também esperava algo mais romântico e quando mostrei e tinha sanfona, outra pegada, ele falou: "nossa gostei muito. Não imaginava que você iria querer fazer algo tão assim". Fiquei muito feliz porque achei que ele iria odiar.QUEM: Você já foi preparada para uma crítica ruim?
AL: Fui, fui muito. Porque não é fácil. Achei que ele iria falar: "não inventa moda, continua a sua vida, estudando". Mas foi o contrario a reação dele. É claro que a responsabilidade vai um pouco para ele. Então, apesar de não estar acompanhando diretamente a situação, ele acompanha de perto as minhas aulas e os ensaios. Ele está presente em tudo. E é a primeira pessoa a falar: "não. Não está bom". Ele pode falar o que quiser e eu tenho que ouvir mesmo. É muita experiência em uma pessoa só e seria burrice se eu não acatasse isso.QUEM: E você já começou a se apresentar?
AL: Não. Estou finalizando o show e acho que a ultima semana de maio, primeira de junho já começa.QUEM: Está nervosa?
AL: Nervosa, não. Estou ansiosa mesmo para ver pronto. Essa fase de escolha de repertório está sendo a mais difícil justamente por isso. Porque para mulher precisa ser diferente. Tem músicas que não consigo cantar. Essa parte é difícil pra escolher desde as mais antigas as mais atuais. E tem gente pedindo para colocar as músicas da família. Mas estamos terminando. Depois disso acho que será tranquilo.QUEM: E a Sandy, você já mostrou para ela?
A Sandy chegou a ouvir uma gravação que as fãs passaram. Então, antes de eu falar pra ela. Antes de conversarmos, ela já estava sabendo, e eu fiquei morrendo de vergonha. Porque já queria me preparar antes, mas ela já sabia.QUEM: E o que ela disse?
AL: A primeira coisa que ela falou para mim foi: "Não se pressione tanto. Não tenha essa pressão". E eu entendo isso mesmo. Não tenho que começar no nível deles. Não tem nem como. Porque isso é experiência. São vários shows. Tudo conta. Então é isso.QUEM: Você sempre teve vontade de ser cantora?
AL: Acho que toda criança tem essa vontade. Então já tive algumas experiências quando pequena, já quis, mas passou muito rápido. Não sei se é porque isso fazia tanto parte da minha vida, que não chegava a dar aquela vontade tão grande. Aquilo era presente. O tempo todo tinha gente cantando, ensaiando, e eu estava no palco com meu pai. Então, eu sempre fui muito curiosa para saber de coisas que não eram minha rotina, sempre valorizei essa simplicidade. Adorava viajar para o interior, dormir no trailer, acordar cedo e ficar com os cavalos. Sempre fui satisfeita com esse outro lado que nunca me despertou, mas chegou uma hora que eu disse: por que não me dou ao menos uma chance? Por que vou passar a minha vida inteira eu vou dizer não eu não canto, sendo que todo mundo me incentivava?
QUEM: Não se arrepende de ter começado como seus primos desde criança, já que a música Vamos Construir, que eles acabaram gravando, foi composta pra você?
AL: Em nenhum momento me arrependi. Sempre fui muito feliz os acompanhado quando a gente podia. Ficava mais feliz quando eles estavam de férias porque podíamos brincar. E era a única época que conseguíamos ficar juntos. Eles foram um fenômeno. Pode demorar muito para aparecer uma dupla de crianças para fazer o sucesso que eles tiveram e tem até hoje. É um carisma. É uma historia que eles têm. Sempre fui muito fã, mas gostava de ter a minha vida. De ir à escola e poder viajar e ter as minhas coisas diferentes do jeito que era para eles. E eu olhava para a Sandy e pensava: "coitada, como é que ela faz lição no camarim, come..." eu tinha dó daquilo. Queria que eles fossem mais iguais a nós. Mas eles sempre curtiram todos os momentos. Foi ótimo pra eles.QUEM: Como você se enxerga daqui um tempo?
AL: Estou tentando me planejar para daqui um mês. Acho que essa é a minha maior meta. Sou muito ansiosa e não consigo ficar me imaginando daqui um ano. Se fizer isso, vou pirar. Vou querer organizar tudo e não acontece assim. Mas quero estar com um CD completo, fazendo shows e melhor do que sou hoje.
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