'Música é que nem filho', diz Jorge sobre o sucesso da dupla no Brasil

Dupla Jorge e Mateus, atualmente, é uma das principais do sertanejo.
Eles cantaram no Villa Mix, evento em Rio Preto que reuniu 40 mil pessoas.

Responsáveis por algumas das levadas mais animadas do sertanejo universitário, Jorge & Mateus hoje são considerados uma das principais duplas sertanejas do Brasil. Na estrada desde 2005, acompanhados por Anderson (bateria), Luiz Henrique Silva (guitarra e violão), Alfredo Liduário (guitarra), Ekton Silva (percussão), Leomar da Silva (baixo), Marciano Santos (teclado), Reniones Dias (sanfona) e Anaclea Melo e Neuliene Marques (vocais), a dupla acumula oito anos de carreira marcada por grandes sucessos.O boom aconteceu em 2008, quando a música "De Tanto Te Querer", do CD "Ao Vivo Em Goiânia", foi escolhida para ser trilha sonora da novela global 'A Favorita'. Em 2012, mais um passo importante: a dupla subiu ao palco em solo internacional para gravação de mais um CD e DVD, intitulado "Live In London - At The Royal Albert Hall", conhecido por abrir suas portas para grandes lendas da música internacional.Agora, em gravação para o novo CD, a dupla conversou com o G1 no backstage do Festival Villa Mix, em São José do Rio Preto (SP), que começou na tarde deste sábado (23) e terminou apenas na madrugada de domingo (24). Ao todo, foram oito shows sertanejos no recinto de Exposição, em uma maratona de 12 horas de shows. Confira a entrevista.Para vocês, o que representa o momento da carreira que vocês estão?
Jorge: É difícil falar a respeito da gente mesmo. Continuamos a viver como há 10 anos atrás, como diria Renato Russo. Apesar de termos conquistado algumas coisas, estamos ainda buscando muitas outras. Nossa carreira é muito jovem ainda, então sempre temos aquilo de "começar de novo" ao fazer um novo disco novo e isso já dá um gás a mais. Nos vemos em um momento que agente se conhece, já viveu muita coisa, mas ainda tem muita coisa para viver ainda com certeza.Qual a música preferida de vcs, de vocês.
Jorge: No momento é "Calma", que é nova. Mas dizer a preferida é dificil. Música é que nem filho, você cria um carinho por ela e acho que a melhor é a que vai vir ainda (risos).Tocar para 40 mil pessoas dá uma sensação diferente?
Mateus: Realmente muda bastante. Não na quantidade, tem shows mais especiais mesmo. Participamos do Villa Mix desde o primeiro ano e você vê um evento como este, que demos tanto sangue para ver crescer, dá um gás maior. A questão do número muda a forma de você fazer o shows também, porque aquelas pessoas que estão lá atrás querem escutar o som, elas não têm aquele contato que as outras estão tendo na frente, então você tem que fazer o show para a galera que está lá trás também.Alguns sertanejos atuais tratam o romantismo de forma diferente. Vocês vêem isso de que forma?
Jorge: A música sertaneja sempre teve vertentes diferentes, mas logicamente sempre com o perfil romântico. Porém, sempre teve uma dupla ou outra que fez música para "festa". Se você tem algumas pessoas que fazem música sertaneja de balada, você tem outras que fazem a música sertaneja romântica. Eu sempre brinco que, quando tem 1.500 pessoas numa boate num sábado à noite, tem também isso de pessoas em casa vivendo romances, muito mais que 1.500 pessoas. É uma música que agente gosta de fazer, essa levada mais romântica, mas tudo que as pessoas gostam e absorvem tem sua autenticidade. O que é consumido pelas pessoas têm sua autenticidade. Mas particularmente, a nossa música tem um "quezinho" romântico e vai continuar tendo.Mateus: Assim como os artistas de antigamente falavam de bota, chapéu, de fivela. Hoje em dia, o sertanejo migrou para os grandes centros, agora fala de boné, beijar na boca, balada. A narrativa mudou, o enredo é o mesmo, mas passionalidade tem nas letras, mas agora com um papo mais direto e menos melancôlico.
Público acompanha o show de Jorge e Mateus (Foto: Ricardo Boni)