Como sertanejo usou elementos do rock para esvaziar regionalismo e ficar mais palatável
A música sertaneja é profundamente marcada pelo "antes e depois" do chamado sertanejo universitário, que propôs uma reinvenção do gênero mais afastada dos regionalismos sonoros clássicos.
Por: Viola Show - Ribeirão Preto - SP
23/09/2022
Apesar de serem taxados como o "fim do
sertanejo", esses grupos como Victor & Leo utilizaram a estratégia de
incorporar elementos do rock - como a bateria mais reta e quase nada de sanfona
- para conseguir chegar nos jovens de cidades como Rio e São Paulo.
Em entrevista ao canal Corredor 5, no YouTube, o produtor
Dudu Borges, responsável por grandes artistas do gênero, explicou sua
estratégia de esvaziar um pouco os traços muito marcantes do sertanejo. Ele
citou bandas como Skank e Jota Quest, além do produtor icônico do rock Liminha
como fontes de inspiração.
"Fiz o disco do 'Chora, Me Liga' e estourou um
movimento de música sertaneja no Brasil, só que mais pop. Veio uma geração
inteira mais pop. A ideia era tirar um pouco a regionalidade e deixar mais pop,
de forma que tocasse no Nordeste, Sul e Sudeste, sem agredir ninguém. Eu sinto
o que o povo gosta, tem muita gente que não gostava de sertanejo. Eu sou fã de
rock e pop, tipo Jota Quest e Skank. Gosto do produtor Liminha. Eu não gostava
daquele sertanejo antigo e se tivesse chance de fazer, queria fazer do meu
jeito. Quando comecei a aparecer, deu problema, diziam que eu estava acabando
com o segmento. Pelo contrário, estávamos rejuvenescendo e levando para o
jovem. O pop e o rock deixaram um buraco de quase 10 anos sem nada novo.
Precisava de alguma coisa. Conseguimos misturar em um som popular os elementos
do pop e do rock. Depois, até funk, forró etc. Tínhamos essa mente mais
aberta", disse.
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