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Lauro Henrique Nunes, venceu esta semana a final do Challenger Tour em Las Vegas.

Lauro Henrique Nunes, venceu esta semana a final do Challenger Tour em Las Vegas.

Por: Eugenio jose - Ribeirão Preto - SP

24/10/2025

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Lauro Henrique Nunes, venceu esta semana a final do Challenger Tour em Las Vegas.
O competidor Lauro Henrique Nunes, De Agua Clara/MS venceu etapa final do Challenger Series nos EUA Na glamurosa cidade de Las Vegas.
Após dois dias de competição o competidor foi o melhor nas arenas ficando com a fivela inédita na carreira.
“Estou muito feliz com essa conquista”
Do Laço ao Mundo: A trajetória de um jovem que encontrou no rodeio uma nova oportunidade de vida
O caminho do rodeio costuma surgir cedo para muitos competidores. Para outros, aparece quase por acaso — e muda tudo. Foi esse o caso do jovem Lauro Henrique Nunes que, em 2017, descobriu que seu destino estava muito além das cordas do laço comprido, modalidade muito praticada em seu estado.
Até então, sua rotina era simples: trabalhar, laçar, passar o tempo na chácara de um amigo que montava por brincadeira nos bezerros da leiteira. Nada sério, nada que indicasse que ali nasceria um competidor profissional.
Mas, como costuma acontecer no rodeio, bastou uma oportunidade para tudo mudar.
O primeiro contato que virou paixão
Em janeiro de 2017, depois de anos dedicado ao laço, ele comentou com um amigo, Matheus Henrique, que tinha vontade de montar de verdade — com corda, espora, tudo no jeito. Matheus não pensou duas vezes:
“Vou te levar para treinar”.
E levou.
No primeiro treino montou em dois garrotes. No primeiro, surpreendeu-se ao parar. No segundo, caiu. Mas naquela queda nasceu algo maior:
"Rapaz… gostei disso. Se você for treinar de novo, me chama."
A partir dali, não parou mais. Comprou uma cordinha, e o resto foi aparecendo: um colete ganho aqui, uma espora ali, uma bota, uma luva… Cada amigo ajudava um pouco, fazendo o sonho crescer.
Treinou todo o ano de 2017. Em 2018, continuou só treinando. Enquanto os outros iam para os rodeios, ele preferia esperar. Não se achava pronto, os touros eram grandes, e a consciência falava mais alto.
“Vou treinar mais 2018 e 2019. Aí sim eu vou para os rodeios.”
A primeira temporada e a certeza do caminho
Em 2019, começou a colocar o rosto no vento. Fez alguns rodeios: Santa Rita do Pardo, Bataguaçu, Itarumã — onde ficou em segundo lugar — Água Clara e Inocência. Era tudo regional, mas suficiente para uma resposta clara:
“É isso que eu quero pra minha vida.”
A escolha exigiu renúncia. O laço, caro e difícil de manter, ficou para trás. O foco virou o touro.
Pandemia, portas fechadas e uma virada inesperada
O ano de 2020 seria o início da carreira profissional. Mas veio a pandemia. Dois anos de espera, treino, paciência e fé.
Foi nesse período que uma live mudou sua rota. Conheceu um amigo que o levou para treinar em uma Cia de Rodeio Profissional
O primeiro treino agradou. O segundo confirmou. Veio o convite para morar na fazenda com a boiada — o sonho de qualquer competidor em formação.
Ficou ali cerca de um ano e meio, entre 2020 e 2021, vivendo o ambiente, pegando experiência e ganhando confiança.
Foi também nessa época que surgiu a primeira grande chance: um rodeio da ACR, em Água Clara, um dos primeiros com público pós-pandemia. Resultado: terceiro lugar.
A ida para São Paulo e o salto profissional
Com a boa apresentação, Silvanei Carvalho, diretor da ACR, conversou com Edevaldo Ferreira, Presidente da ACR que prometeu uma oportunidade em 2022. E antes disso, ele já tinha algo encaminhado: iria para a boiada do Moacir Espinosa, em Valentim Gentil (SP).
No dia 6 de janeiro, chegou lá decidido, treinando firme.
Na primeira oportunidade em Brasilândia (MS). Ficou em quinto.
Na semana seguinte, Costa Rica (MS): segundo lugar.
A engrenagem tinha virado de vez.
2022: o ano da afirmação
O ano foi marcante. Títulos, constância e maturidade.
Ganhou três rodeios:

  • Água Clara — o primeiro título na cidade natal, um sonho realizado.
  • Chapadão do Céu.
  • O rodeio da ACR, novamente em Água Clara.
A temporada colocou seu nome no mapa.
2023 e a sequência de resultados
O trabalho continuou e os frutos vieram. Em 2023, venceu novamente:
  • Pedranópolis
  • Penápolis, levando uma moto
O ritmo era crescente e a carreira ganhava solidez.
A queda que interrompeu tudo
No início de 2024, participou de cinco rodeios. Em Lagoa Formosa, na final, montou no Reza a Lenda. Entrou em décimo. Eo pior aconteceu: fratura no cotovelo.
Foram quase dez meses parado, perdendo toda a temporada.
Um baque. Mas não uma desistência.
A volta por cima
Em 2025, a volta às arenas foi emblemática.
Primeiro rodeio do retorno: campeão em Brasilândia.
Dias depois: campeão em Anápolis (GO)
Com a confiança restaurada, realizou outro sonho: tirou o visto e embarcou para os Estados Unidos, onde depois de uma temporada com bons resultados e terminou em 15º colocado no ranking mundial do Challenger Series

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