'NY Times': Na crise, rodeios crescem e refletem mudança cultural no Brasil

Enquanto os centros urbanos do Brasil encaram a grave crise econômica no país, a cultura do interior se expande, refletindo grandes mudanças no país, segundo uma reportagem do jornal americano ''The New York Times''.Tomando elementos de caubóis dos EUA e da música sertaneja e refletindo uma transformação nacional, esta cultura é empurrada pela crescente demanda por alimentos no resto do mundo, que levou o Brasil a se tornar uma potência agrícola, explica.O jornal parte do perfil e Cuiabanno Lima, um dos mais conhecidos narradores de rodeios do país, para apresentar essa crescente tendência nacional, que acaba passando despercebida de muitos brasileiros de centros urbanos.''Enquanto a economia brasileira está em uma longa queda, o agronegócio se manteve resiliente durante a crise. A expansão do circuito de rodeios no Brasil, com centenas de competições por todo o vasto interior a cada ano, aponta a importância das fazendas como um pilar da economia'', diz a reportagem.Neste contexto, segundo o jornal, Cuiabano aparece como um porta-voz dessa nova cultura, que defende uma postura política mais conservadora, religiosa e de direita -sem apego à proteção ambiental ou à igualdade de direitos das mulheres, por exemplo.O texto foi escrito pelo correspondente no ''NYT'' no Brasil, Simon Romero, que tem se empenhado em produzir reportagens que apresentam um lado menos conhecido do Brasil -distante até mesmo do cotidiano de muitos brasileiros.Este tipo de cobertura revela um traço interessante do olhar externo em relação ao Brasil. Por mais que os brasileiros constantemente reclamem de falta de visibilidade, estereótipos e preconceitos de estrangeiros em relação ao país, é comum ver trabalhos internacionais que se aprofundam em temas relacionados ao Brasil revelando traços do país e da cultura que às vezes os próprios brasileiros não conhecem. Pode ser pouco para transformar a imagem genérica do país no resto do mundo, mas é algo importante para mostrar que o Brasil vai além dos clichês.